quinta-feira, 30 de junho de 2011

Transcrição do chat de ontem, "Obesidade e Saúde Pública", está disponível para consulta e leitura

Você já pode acessar, gratuitamente, a transcrição do chat realizado com com o Dr. Luiz Antônio dos Anjos, Obesidade e Saúde Pública, editora Fiocruz.

Para acessar agora o conteúdo você deve entrar na SALA DE AULA com seu cadastro e em seguida clicar na opção TRANSCRIÇÕES no menu a esquerda.

Caso você ainda não possua cadastro, clique aqui para fazê-lo agora mesmo (gratuitamente).

Leia a prévia abaixo:

Moderador : Para começar o nosso bate papo, acreditamos que seja interessante que o doutor defina obesidade segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) e também nos dê seu ponto de vista diante de seus estudos e análises.

Luiz Anjos : A OMS define obesidade como excesso de gordura corporal que comprometa a saúde. Entretanto, ela sugere o uso do índice de massa corporal (massa corporal/estatura2) para o diagnóstico de obesidade. O IMC não mede gordura corporal. Está certo que, em nível populacional, valores altos de IMC significam excesso de gordura corporal. Assim, dificilmente alguém com IMC acima de 30kg/m2, independentemente do sexo, não terá excesso de gordura corporal. Como não existe, ainda, consenso sobre o ponto de corte para obesidade usando a quantidade de gordura corporal (os valores usados, em geral são de 30% para mulheres e 25% para homens) temos tentado usar estes pontos para chegar aos valores de IMC. Para a população adulta de Niterói, encontramos (dados ainda não publicados) valores de IMC iguais a 20,5 e 25,7 kg/m² para mulheres e homens, respectivamente. Portanto, se usamos o critério da quantidade de gordura corporal a prevalência de obesidade será muito mais alta.

Moderador : Obesidade pode ser considerada uma doença?

Luiz Anjos : A definição de doença, do ponto de vista tradicional, requer a existência de um grupo de sinais e sintomas e alteração funcional de uma forma universal. Entretanto, como a obesidade é definida através de um valor antropométrico ou de gordura corporal acima de um ponto de corte, muitos consideram que esse procedimento, muito embora possa definir uma ameaça à saúde e longevidade, não permitiria considerar obesidade como doença. Para muitos, obesidade se comportaria mais como um fator de risco para outras doenças e não seria, por si só, uma doença. Doença ou não, a obesidade é causada por um quadro prolongado de ingestão energética maior do que gasto energético, ou seja, balanço energético positivo.

Leia o restante no site!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mais um curso liberado para quem é Assinante Online

PSF: SAÚDE DO ADULTO
(engloba mulheres e homens)

Quem é Assinante Online já está acessando a primeira parte do Curso de PSF focado no adulto, que aborda a tuberculose e o diabetes. No próximo mês também terão acesso as partes que focam na hipertensão e hanseníase.

Quem é Assinante Online tem acesso a muito mais conteúdo a um investimento que cabe no bolso. 

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Veja só. O módulo liberado para acesso hoje custa, avulso, R$ 267,00. Se você desejar adquirir todos os módulos do curso de PSF, que englobam saúde do idoso, promoção do nascimento saudável e materno infantil pagaria no total R$ 1335,00. Sendo um Assinante Online Anual, por exemplo, você terá acesso (ILIMITADO) a todos esses módulos, todos os outros cursos disponíveis no site (navegue e conheça), e mais a um lançamento mensal (curso de fármaco e emergências clínicas será o próximo lançamento). Tudo isso por apenas R$ 73,16 mensais (anual).

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Agenda dos Chats

Como participar?
Acesse a Sala de Aula no site e em seguida a opção ‘Acesso ao Chat’ no dia e hora marcados.

Seu cadastro é gratuito!


Data: 29/06
Horário: das 16h às 17h
Convidada: Luiz Anjos
Tema: Livro Obesidade e Saúde Pública

O livro aborda a questão do avanço da alimentação do tipo fast food, lembrando que o Brasil está entre os cinco países que mais cresceram nos últimos anos entre todos os mercados da rede McDonald´s no planeta, e traz algumas das observações do documentário Super Size Me (cujo título no Brasil ganhou um complemento: A dieta do palhaço). Nele, o cineasta Morgan Spurlock se submeteu a uma dieta composta de alimentos da famosa rede americana durante 30 dias seguidos. Balanço da experiência: depois de um mês, Spurlock ganhou 11 quilos, tinha acúmulo de gordura no fígado, sinais de depressão, sentia-se exausto facilmente e havia aumentado o nível de colesterol no sangue. O autor de Obesidade e Saúde Pública relaciona a introdução da modalidade de vale-refeição como uma das causas para o aumento de refeições realizadas em bares, restaurantes e lanchonetes e a conseqüente adoção de hábitos de alimentação não exatamente saudáveis. Entre os males ligados ao sobrepeso e à obesidade, o autor descreve a doença coronariana, o acidente vascular cerebral, a osteoartrite e o câncer do endométrio, da mama, da próstata e do cólon.  Na parte final, a publicação enfoca a questão da prevenção e do controle da obesidade e lança luz nos programas e ações que tendem a culpar o indivíduo por se alimentar mal e por não ser ativo na prática de atividades físicas.


Data: 20/07 
Horário: das 16h às 17h 
Convidada: Alice Branco
Tema: Livro Rumo ao Interior: médicos, saúde da família e mercado de trabalho

Um dos grandes desafios para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) é a distribuição geográfica dos profissionais e serviços de saúde. Compreender tal desafio e fornecer subsídios para enfrentá-lo são os objetivos dos autores, nesse estudo. A distribuição desigual reflete outro problema: a concentração dos serviços de saúde e das escolas médicas nas regiões economicamente mais favorecidas, facilitando a permanência dos profissionais, depois de formados, no Sul e Sudeste, apesar da expansão dos postos de trabalho no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Quatro programas de interiorização são analisados: o Projeto Rondon, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (Piass), o Programa de Interiorização do SUS (Pisus) e o Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (Pits). Este último, por ser uma iniciativa inédita do Ministério da Saúde, é avaliado em detalhes em um dos capítulos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estudo vincula tamanho da placenta a doenças cardíacas no futuro

Uma estrutura fina e gelatinosa, que se desenvolve na gestação e é descartada depois do parto. É quase tudo o que a maioria das pessoas sabe sobre a placenta. Esse órgão temporário, porém, tem um papel muito mais importante que proteger o bebê. Graças a ele, a gravidez evolui e o feto consegue receber os nutrientes necessários para se desenvolver. Problemas no tamanho da placenta podem ter consequências futuras muito mais graves do que se pensa. De acordo com um estudo publicado pelo European Heart Journal, doenças cardíacas na vida adulta estão relacionadas à anatomia do órgão.

Autor de best sellers nos Estados Unidos, o médico David Barker, diretor de uma fundação que leva seu nome e pesquisador do Centro de Estudos do Coração de Oregon, estuda, desde a década de 1970, o vínculo entre doenças crônicas e vida uterina. Seu artigo mais recente baseou-se em um estudo epidemiológico na Finlândia, com dados de 6.975 homens nascidos entre 1934 e 1944, uma época em que os hospitais registravam o peso da criança ao nascer, assim como o da placenta. Os arquivos também tinham informações sobre o peso, a altura e a idade da mãe no fim da gestação.

Usando um número de identificação pessoal que cada cidadão finlandês recebe quando é registrado, os pesquisadores conseguiram identificar todas as admissões em hospitais e mortes por doenças coronarianas desses homens, no período entre 1971 e 2003. No total, eles descobriram 655 casos de problemas cardíacos (infarto do miocárdio e isquemias) na população estudada — 211 pacientes morreram em decorrência disso. Em entrevista ao Correio, Barker explica que o estudo se concentrou no sexo masculino porque as mulheres são menos vítimas de doenças coronarianas do que os homens.

A partir de métodos estatísticos, os cientistas constataram que o peso, a altura e a idade das mães não estavam relacionados à probabilidade de se desenvolver problemas no coração. O baixo peso ao nascer, o índice ponderal menor do que a média (veja infografia) e o tamanho da placenta, contudo, tinham associação com as doenças na vida adulta. “Tanto o peso baixo da placenta quanto o alto, proporcionais ao peso da criança ao nascer, foram fatores de risco para o desenvolvimento de doenças coronarianas no futuro. Isso indica que o tamanho da placenta faz com que o feto ‘programe’ as doenças do coração”, diz o artigo.

“O coração já está completo no nascimento, e sua estrutura, que determina o risco futuro de doenças coronarianas, é moldada pela estrutura da placenta, por meio da qual o coração bombeia o sangue e o feto recebe os nutrientes”, afirma Barker. Ele explica que o órgão temporário, que também é parte do bebê dentro do útero, captura os nutrientes do sangue da mãe e os transporta até o feto. Para o cientista, “o desenvolvimento da placenta e os alimentos que ela fornece são a chave para a saúde da vida inteira”.

Importância
A placenta tem três funções fundamentais. “Ela é o portão entre a mãe e o bebê, transferindo comida da mãe e resíduos do feto; ela produz os hormônios necessários para manter a gravidez; e protege o bebê do sistema imunológico da mãe, que poderia atacá-lo caso o identificasse como um ser estranho, já que metade dos genes do feto vêm do pai”, enumera o cardiologista. O desenvolvimento do órgão começa quando o embrião se implanta no útero da mãe, cerca de oito dias depois da concepção. Na 10ª semana de gravidez, a placenta já é totalmente funcional. Por ser um órgão tão importante, qualquer anomalia pode resultar em problemas futuros. No estudo, os cientistas descobriram três combinações entre o corpo da mãe e o formato da placenta que indicam a probabilidade de a criança sofrer de doenças cardíacas na idade adulta.

No caso de mulheres baixas, na primeira gestação e com uma placenta em formato oval, o risco está associado à largura: cada centímetro a mais na diferença entre o comprimento e a largura aumenta em 14% as chances de a criança sofrer de problemas coronarianos na idade adulta. Placentas pequenas em mulheres altas e pesadas aumentam o risco em 25% para cada 40cm² de redução do tamanho do órgão (comparando-se a um normal). Já entre as mães altas e muito magras com placentas grandes, a probabilidade cresce 7% para cada 1% de aumento do órgão, também comparando-se a um normal. Barker lembra que, para excluir qualquer outro fator de risco externo, como alcoolismo e tabagismo, os cientistas pesquisaram a fundo a ficha médica dos homens que compuseram o estudo.

O cardiologista explica que, na primeira combinação, uma placenta com superfície oval indica que a implantação do órgão foi interrompida no início da gravidez, causando a má nutrição do feto, o que, de acordo com ele, está relacionado ao desenvolvimento de doenças cardíacas na vida adulta. Na segunda combinação, a explicação é que o subdesenvolvimento da placenta afeta, no meio da gestação, o crescimento do feto, também porque restringe sua capacidade de absorver os nutrientes da mãe. O último caso relaciona-se à forma como a mãe se alimenta durante a gestação. “Altura indica boa nutrição antes da gravidez, mas o índice corporal baixo mostra uma pobre ingestão de alimentos nutritivos durante a gestação”, diz.

Para um dos coautores do estudo, Eero Kajantie, do Departamento de Cuidados Primários da Universidade de Helsinki, mais estudos precisam ser feitos para comprovar a relação entre o formato da placenta e o risco de desenvolvimento de doenças coronarianas na idade adulta. Ele, porém, não tem dúvidas de que a nutrição na fase intrauterina é fundamental para a saúde do indivíduo. “Doenças crônicas são o produto do estado nutricional da mãe e do desenvolvimento do feto. Não é apenas uma consequência de um estilo de vida pouco saudável na vida adulta”, diz ao Correio. Por isso, ele defende que, quanto mais a gestante cuidar da alimentação, maior a proteção que estará oferecendo ao filho, para o resto da vida.

Tanto o peso baixo da placenta quanto o alto, proporcionais ao peso da criança ao nascer, foram fatores de risco para o desenvolvimento de doenças coronarianas no futuro. Isso indica que o tamanho da placenta faz com que o feto ‘programe’ as doenças do coração”

Trecho do artigo de David Barker, pesquisador do Centro de Estudos do Coração do Oregon
Fonte: Correio Braziliense